terça-feira, 18 de março de 2014

Vancouver- Museum of AnthropologyIII-Contemporary Art-

Trabalhos de Sally Michener

Trabalhos de Cerâmica
Os trabalhos de Sally Michner são esculturas que tem um aspecto, uma feição de Totem e são formadas em sua maioria por  blocos de ladrilhos de cerâmica brilhante e colorida, onde ela espalha pela superfície, pedaços de espelhos e peças de vidro para produzir uma cintilação permanente.

Projeções Pessoais
Segundo a autora, os seus trabalhos em cerâmica, são apenas suas projeções pessoais das pessoas que encontrou na vida onde exalta um aspecto detectado por ela em cada uma destas individualidades.
                                                     
 Elementos Familiares mas Disparatados
Sally Michner combina elementos disparatados e inesperados ,com elementos familiares. Segundo ela mesma a cerâmica usada  é de sua própria produção, que tanto pode ser uma terracota vitrificada ou não. Seu trabalho é eclético e engraçado, e seus personagens tomados de vida, assumem uma forma que desperta o interesse, surpresa e  curiosidade do espectador.

Tentativa de  Fazer Trabalho Ortodoxo mas Bizarro
As figuras em atitude totêmica, e faces satisfeitas trazem uma sensação da normalidade do bizarro! Pedaços de espelhos e vidros são usados por toda a superfície colorida produzindo muito brilho e cintilação e principalmente, uma aparência muito viva e que tornam magníficas estas obras de arte.
                                                      
Foco Geométrico
As figuras tem uma atitude totêmica, significativas que levam ao melhor entendimento  da estética procurada pela a artista. As faces acrescentadas a seus corpos transmitem uma sensação de absoluta normalidade, como se nada de bizarro estivesse acontecendo. Bem, nós também, às vezes, vivemos ilusões que logo podem ser destruídas pelo império da objetividade.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Vancouver-Museum of Anthropology II-Bill Reid Rotunda-

Conhecendo a Bill Reid Rotunda
 
O Corvo e Os Primeiros Homens
Do artista Haida, Bill Reid, esculpida em cedro vermelho, no ano de 1980. A escultura representa a lenda Haida sobre o corvo descobrindo os homens numa concha de um molusco.
                                     
A Lenda Haida do Corvo e os Primeiros Homens
¨A Grande Inundação, que cobriu toda a terra por muito templo havia recuado e a areia de Rose Spit, Haida Gwai( praia local das ilhas Rainha Charlotte), ficou seca. O Corvo caminhando pela areia da praia, com o olhos e ouvidos alertas para qualquer sinal diferente ou som que quebrasse a monotonia, subitamente percebeu um clarão branco que chamou sua atenção e lá, bem sobre seus pés, meio enterrada na areia, havia uma gigantesca concha de molusco. Ele olhou mais de perto e viu que a concha estava cheia de pequenas criaturas movendo-se aterrorizadas sobre suas grandes valvas protetoras . O Corvo inclinou sua grande cabeça, aproximando-se  e usando sua  linguagem, convenceu, lisonjeou e obrigou-os a sair de dentro da concha e permanecerem neste maravilhoso e novo mundo brilhante. Estes pequenos habitantes foram os originais Haidas, os primeiros Seres Humanos.¨
A Rotunda Bill Reid
A rotunda Bill Reid é na verdade uma casamata, como disse o arquiteto do Museu de Antropologia Arthur Erickson : ¨A Casamata, o símbolo da guerra, base para destruição e que foi vencida por este assombroso retrato da Criação¨.

O Corvo e os Primeiros Homens
Usando de argumentação persuasiva para que as aterrorizadas criaturas, saíssem de dentro da enorme concha e viessem para este novo e brilhante mundo.
O Corvo e os Primeiros Homens
Esta é a primeira escultura grande e moderna realizada pelas Primeiras Nações da Costa Noroeste do Canadá, quando os artistas se afastam da esculturas de totens ou monumentos mortuários. Aqui, o arista Bill Reid, misturou a forma Haida com seu conteúdo mítico, com o naturalismo da Civilização Ocidental, trazendo grandes e expressivos movimentos  tanto para o Corvo como para os Seres Humanos. 
O Corvo e os Primeiros Homens
Muitas pessoas colaboraram para a realização deste primeiro trabalho. Ele foi encomendado por Walter e Marianne Koerner de Vancouver. Os escultores George Norris, Guujaaw, Geroge Rammel, Jim Hart e Reg Davidson participaram em diversas etapas na execução da escultura. 
                                     
O Corvo e os Primeiros Homens
Pode-se perceber o estado de pânico na expressão das pessoas que não queriam deixar o abrigo seguro da concha que os protege. Alguns como se pode ver, escondem o rosto, e ficam de costas, buscando uma maior segurança no escuro interior, recusando-se a encarar a luz daquele brilhante e novo mundo. 
O Corvo e os Primeiros Homens
Diante daquelas criaturas medrosas, o Corvo expõem sólida argumentação demonstrando que para eles é melhor deixar o protegido abrigo escuro da concha e explorar um mundo novo e brilhante, que embora se apresente com muitos perigos, vai trazer também possibilidades de realização pessoal.
O Corvo e os Primeiros Homens
O Corvo e os Primeiros Homens foi criado durante um período de vários anos e inaugurado por Sua Alteza Real, o Príncipe de Gales, em 1 de Abril de 1980 e consagrado pelo povo Haida em 5 de junho de 1980.
O Corvo e os Primeiros Homens
Muitas dos homens dentro da concha estavam com muito medo e não se deixaram convencer pelo Corvo a saírem para o mundo. Assim sendo o Corvo usou de coação, obrigando-os a saírem. 
O Corvo e os Primeiros Homens
O processo de abandono da concha pelos homens foi doloroso e muitos apenas se deixaram levar pelos outros que convencidos pelo corvo decidiram sair da concha.

O Corvo e os Primeiros Homens
Convencidos pelo Corvo muitos dos homens apressaram-se em deixar a segurança e a tranquilidade da concha para enfrentar as dificuldades daquele mundo novo. 
                                     
O Corvo e os Primeiros Homens
Não sei porque, mas esse mito da Criação me fez associar o tema as ideias defendidas em programas como ¨Os Alienígenas do Passado¨ e ¨Eram os Deuses Astronautas¨. 
Esculturas Para Um Jardim
Escultura realizada por Bill Reid, em cedro vermelho e pintura, em cerca de 1960. O trabalho foi encomendado por Michael e Sonja Koerner e mostra uma Águia, uma Orca ou Baleia Assassina, um Corvo, um Tubarão , um Castor e um Urso Grizzly .

 

sábado, 15 de março de 2014

Vancouver-The Museum of Anthropology I

 
Passeio pelo Museum of Antropology
Entrada do Museum of Antropology
O museu fica no bairro de Kitisilano, longe do Sky Train, do outro lado da English Bay e  que se atravessa através da Ponte Burrard Bridge. Um pouco longe do Down Town é verdade, mas o seu valor e conteúdo compensam todo e qualquer sacrifício de deslocamento que por ventura tenhamos que enfrentar. O museu fica no Campus da  University of British Columbia, onde existem outros tantos museus de grande qualidade, mas recomendo que se reserve o dia para o Museum of Antropology, assim não deixaremos  nada atrapalhar os grandes momentos de entendimento e compreensão que podemos ter dentro deste verdadeiro templo do conhecimento humano.

Entrada do Museum of Antropology
Escultura da cultura Musqueam e representa uma saudação aos que chegam ao Museu com as palavras ¨Imich Siiyem¨,  Bom Povo, Seja Benvindo! Este povo ,até onde sabemos, está presente nesta área a cerca de 10 000 anos, desde o começo da colonização da América  pelas correntes humanas que atravessaram o estreito de Behring desde a Ásia.  Os Musqueam consideram a presente geração humana os seus representantes do ¨continuum¨até o futuro. A escultura segura um peixe, o que é considerado uma habilitação para o poder, quer na forma negativa como na positiva e a cabeça é adornada com imagens celestiais. Estas esculturas serviam como colunas de sustentação dos telhados das casas do povo Musqueam e os hóspedes eram saudados com estas palavras ¨Imich Siiyem¨, Bom Povo Seja Benvindo! Mais hospitaleiro que isso é impossível!
Entrada do Museum of Antropology
Água corrente cascateando dentro de um lago com mosaico de peixes no fundo, que com a sombra da mata natural dá uma sensação de grande tranquilidade.
                                     
Entrada do Museum of Antropology
Ampla entrada do museu com largas colunas e vigas de concreto, e bandeiras festivas e, frente.
Entrada do Museum of Antropology
Pedra com uma frase da língua henqeminarem, na parte de cima com caracteres fonéticos e abaixo a tradução: ¨Lembre seu Aprendizado¨ , isto é proteja  a cultura na qual você foi criado . Ao esquecer esta cultura as pessoa perdem sua identidade e caem em estado de grande frustação, desvinculando-se do seus propósitos e sentido da vida. Pareceu-me uma frase de grande sabedoria e muito bem selecionada como introdução à um museu de antropologia para simples visitantes como nós turistas.
Saguão de Entrada do Museu
Com uma figura mosaica complexa em cores e significados inspirada nos padrões e desenhos dos povos das Primeiras Nações.  
Saguão de Entrada do Museu
Com figura mosaica complexa, onde saltam aos olhos a presença de peixes entre galhos e folhagens, inspirada nos padrões e desenhos dos povos das Primeiras Nações.
Saguão de Entrada do Museu
Vista geral do mosaico com desenho inspirado nos padrões e desenhos dos povos das Primeiras Nações. Basicamente vemos peixes e aves, assim como exuberante vegetação entremeada de olhos com visão intensa. É difícil para um visitante despreparado entender, o que não o impede de admirar a efusão de efeitos e significados mesmo que não entendidos.
Salão de Exposição do Museu
Entramos no Salão de exposição do museu onde podemos apreciar as primeiras peças como totens e esculturas várias de natureza no mínimo intrigantes.
 Monumento Funerário, Tsarlip, dos Povos Saamich Oeste
As famílias da Costa Central Salish, mantinham serviços para a realização de monumentos funerários, a ´partir de um ano depois da realização dos funerais de algum ente querido. Como se pode ver acima das esculturas está um caixão que poderá ser preenchido em esfinge, isto é, uma representação do morto, e tinha como finalidade honrar o morto, sendo por isso colocados em locais visíveis da residência da família  dedicados a rituais funerários. Vemos assim na base a escultura de uma figura humana e acima na superfície do pequeno cofre, a escultura de um peixe.
                                           
Totem de Clã
Trabalho inédito do artista salish, John Marton que após uma uma viagem a Papua, Nova Guiné, onde esteve em contato com artistas locais, trabalhou nesta escultura realizada em cedro amarelo, engastado com pau rosa, nogueira negra e marfim no ano de 2006. O totem representa duas máscaras a de cima o Sol e a de baixo a da Lua, como forma de simples expressões de emoções . Em suas palavras ele defendia: ¨Não perca tempo tentando entender os povos, ao contrário, use o seu tempo para aprender sobre suas culturas, pois de outro modo, você não vai aprender nada sobre as coisas extraordinárias deste mundo.¨ 
Figuras Coroadas da Cultura Haida
As principais esculturas da cultura Haida são imagens coroadas com cristas, penachos, crinas, elmos, etc., símbolos com os quais as famílias se identificavam com os seus ancestrais e seus consequentes privilégios. Também, estas esculturas tomavam a forma de animais, humanos e seres sobrenaturais, provavelmente produzindo temas de transformação e passagens entre o mundo natural e sobrenatural que era a característica da cosmologia Haida.
Yakantkw, Falando Através do Totem.
Escultura realizada com uma boca proeminente e aberta usada durante as cerimônias de inverno dentro da Casa Grande nas tribos da cultura Haida.
Uma pessoa tinha o privilégio de ser designada para falar em honra aos hóspedes visitantes e esta pessoa colocava-se atrás do totem e projetava sua voz para frente através da boca esculpida aberta para esta finalidade. O significado deste gesto era como se fossem seus ancestrais se manifestando através dele, saudando os hóspedes convidados e reunidos diante da escultura.


Xwamdasbé, ou Ilha da Esperança
Este totem foi retirado de uma Casa Grande situada na Ilha da esperança situada na extrenmidade norte da Ilha de Vancouver. este totem era uma coluna de sustentação para as vigas da Casa Grande e foi esculpida em cedro vermelho no ano de 1900.

                                      
Escultura de Um Castor
Peça da cultura Haida encontrada em Weyagiwa, perto de Kitmaat, na BC Columbia. Esculpida em cedro vermelho em 1850 mostra uma castor segurando um galho entre os dentes e segurando suas extremidades com as patas. Curiosa é a face que aparece abaixo, diante de sua cauda.
Totem do Interior de Uma Casa Haida
Esculpida em Cedro Vermelho em 1850, representa uma ancestral humano, pois mostra inúmeras imagens em sua superfície, mostradas a partir de uma técnica especial usando-se fotografia infravermelha. 
Escultura Haisla de um Urso
Escultura em cedro vermelho realizada em 1850. É um urso com desenhos e pinturas no corpo e pequenas faces esculpidas nas orelhas e nas palmas das patas, resultado de um pesquisa realizada com fotografia infravermelha.  

Estruturas das Casas Grandes
Os aborígenes da Costa da Colúmbia Britânica desenvolveram distintos estilos de arquitetura durante os milhares de anos que ocuparam a terra. Estes totens por exemplo, eram usados principalmente para sustentar uma moldura de colunas e vigas em torno de um portal com toras de cedro em escala massiva e que requeriam um sistema de cordas, alavancas e efetivos de mão de obra para coloca-los no lugar. 
Xunya Naavy, a Casa do Corvo
Encontrado abandonado em 1957 este totem deve ter sido esculpido em torno de 1850 e era usado como coluna de sustentação na casa aristocrática chamada de  a Casa do Corvo. A população Haida foi devastada por doenças, entre ela a varíola, e por isso o estado de abandono em meio a floresta, do totem. 
 Sisiytt Lukwalif, a Serpente de Duas Cabeças
Conjunto de travessas esculpidas no começo do Sec. XX, cujos vagões transportavam oferendas de açúcar que eram distribuídas aos convidados. Representavam a sobrenatural Sisiyutt, a Serpente de Duas Cabeças, esculpida profundamente com cabeças com chifres e enormes línguas em forma de conchas em ambos os lados.
Kwigwatola, Águia no Alto
Escultura em cedro vermelho de 1936, pintada. 
Imagens da Transformação
Nas narrações Haida as criaturas sobrenaturais são capazes de viajar entre o mundo espiritual e a realidade terrestre. Assim as almas podem aparecer nesta realidade até na forma humana. Estas esculturas apresentam esta ideia de transformação de forma bem visível .
A Alma de Pássaro Cormorão Transformando-se na Forma Humana
Neste totem vemos a imagem de  um pássaro com um longo bico: Trata-se de um pássaro cormorão com asas emplumadas mas que já apresenta braços e uma figura de mãos humanas. Entre as pernas do totem existe uma pequena figura humana , ainda com penas na cabeça. A alma do pássaro cormorão ao retornar do mundo espiritual na forma humana, com toda a certeza, traz uma mensagem aos humanos de entendimento entre eles o os pássaros.
Máscara Dzunuk'wa, a Mulher Selvagem
Usadas em festas nas quais eram realizadas oratórias, danças e festas acompanhadas destas máscaras que eram um símbolo dos privilégios aos quais faziam parte os visitantes. 
 
 Máscara Dzunuk'wa, a Mulher Selvagem
Encontrada com a anterior na Kingeone Inlet , na British Columbia em 1926. Como a anterior era usada em festas onde eram feitos desafios para os hospedes agraciados, também fizessem outras festas como aquela.
Portal Com Divindade Doméstica
Estes portais faziam parte da estrutura de sustentação de Casas Senhoriais de uso da comunidade. 
 Divindade Com Vistosas Pinturas
                                         
A Divindade é Carregada Por Dois Servos 
Portal da Divindade Ricamente Pintada Pela Parte Interior
Ricamente pintada e detalhada podemos distinguir um portal formado por crocodilos ou aligátores.
                                                  
O Homem De Cedro
esculpido em cedro vermelho em 1947, estas esculturas eram usadas pelas aldeias costeiras da Costa Noroeste para saudar visitantes.
                                       
Urso, da cultura Haida
Presenteado a Universidade pelo Sr. Walter C.Koerner em 1963.
 
 
Cosmos da Cultura Tsimshian
Pintura em cedro, 1996. Cópia de uma das placas datadas de 1800, remanescentes de uma extraordinária pintura que deveria medir em torno de 15m de comprimento e 5,5m de altura e retratava o cosmo de acordo com a cultura Tsimshian.
Cosmos da Cultura Tsimshian
Desenho reproduzindo Como Seria a Pintura Original  Sobre o Cosmos da Cultura Tsimshian, destacando as placas existentes e recuperadas.